Minha estante

domingo, 5 de dezembro de 2010

[resenha] Os Instrumentos Mortais - Cidade dos Ossos



"Eu não dormi
Entre a execução de algo temeroso
E o primeiro ato, todo o ínterim é
Como um fantasma, ou um sonho terrível:
O gênio e os instrumentos mortais
Estão então em concílio; e o estado do homem,
Como para um pequeno reino, sofre então
A natureza de uma insurreição."

- William Shakespeare, Julio Cézar.





Eu não sabia o que esperar de Cidade dos Ossos. Todos ao meu redor que já haviam lido o livro, inclusive minha consultadora pessoal de livros, a Thanny, havia me dito que Cidade dos Ossos era ruim. Eu não acreditei e desafiei ela, lendo o livro. Como ela não havia dito O QUE exatamente fazia o livro ser chato na opinião dela, eu pensei, a princípio, que poderia ser a escrita tão explicativa e até um pouco confusa de Cassandra Clare.

E me sustentei nesse fato até o ante-penúltimo capítulo do livro, mas foi no penúltimo que eu fiquei com muita, muita, muita raiva do livro e da Cassandra Clare.

Cassandra Clare, a autora.

Cidade dos Ossos é um livro... digamos.. espirituoso. Bem explicativo - o que não foi problema pra uma pessoa que enfrentou O Ciclo da Herança, e livro mais explicativo que este, só O Senhor dos Anéis, mas (devo defender Eragon e sua estória) a estória do Ciclo da Herança é gostosa de ler, você fica preso do começo ao fim porque é cativante -; além das explicações, eu notei no meio do livro - talvez antes disso - que alguns fatores estavam faltando serem explicados, como, por exemplo, o fato de um personagem significativamente importante começa, do nada, a ver o mundo dos Caçadores das Sombras, quando ele não deveria. E outros fatos que nem valem a pena seres discutidos.

Alguns erros saltaram aos meus olhos. Numa cena a Clary estava descalça, e de repente, na cena de continuação, ela estava com tênis. "Hã?". Exatamente isso. Há outros erros. Talvez eu tenha deixado passar alguns, mas cheguei a anotar uns sete, e isso da metade pro final. O que é muito. Ainda mais pra um livro cotado a ser Best Seller. Estranho.

O livro conta a estória de Clarissa Fray, Clary, de 15 anos - 16 ao longo do livro - que vê, numa noite comum na boate Pandemônio, um grupo de três jovens um pouco mais velhos que ela com marcas estranhas pelo corpo, cometerem um assassinato no qual o corpo havia sumido bem diante de seus olhos. Ela não sabia o quanto aquele fato mudaria sua vida. Algo no menino cheio de marcas de cabelos dourados e olhos amarelados era reconhecível para Clary e ela não sabia o porque se sentia bem com ele.

Tudo se desenrola daí. O livro poderia ser o Best Seller número do New York Times nesse exato momento se a autora tivesse desenvolvido a estória bem. Há muitas explicações - algumas desnecessárias - que fazem o leitor pensar que ela escreveu para retardados. Não havia necessidade de tantas explicações, principalmente de termos em latim. Se ela, ao menos, tivesse colocado o significado de um modo que não fizesse me sentir uma retardada, tudo bem.

Outra coisa que me deixou com os dois pés atrás, foi o timing da estória. Você lendo tem a sensação que se passaram, PELO MENOS, dois meses e não duas semanas, como é explicitamente mostrado no final. Não entendo. Como alguém pode evoluir, se desenvolver, aceitar numa boa o mundo dos Caçadores das Sombras EM DUAS SEMANA? Isso é mais que impossível. O timing ficou realmente estranho.

Mas fiquei realmente com raiva do final. O romance que se desenvolve neste livro poderia ser o mais promissor de todos que já li - tirando Patch e Nora que é meu casal favorito -, se a Cassandra desenvolvesse esse romance, tenho certeza que ficaria na minha lista de favoritos, mas ela fez questão de estragar. Além de tudo isso, ainda aguentei o fato que o livro é dividido em três partes e que há capítulos que pensei que nunca fossem acabar, ou talvez a narrativa cansativa tenha me feito pensar isso.

O segundo de Os Instrumentos Mortais: Cidade das Cinzas

O terceiro de Os Instrumentos Mortais: Cidade de Vidro

Infelizmente, é uma trilogia, e me sinto obrigada a ler os outros dois livros para ver se ela consegue mudar minha opinião - acho difícil - e ver o desfecho dessa estória doida que poderia ter um desenvolvimento melhor.

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Nome original: The Mortal Instruments: City Of Bones
Autora: Cassandra Clare
Editora: Galera Record
Número de páginas: 459
Tradução: Rita Sussekind
Onde comprar: Siciliano, Saraiva
Baixe os três livros da série AQUI.
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3 comentários:

@whosthanny disse...

Tá vendo? Nas primeiras 200 páginas eu estava bocejando... comecei a gostar do livro... vem o final decepcionante. Sério, como a autora faz isso? Espero que a continuação seja melhor, realmente espero. Achei engraçado o que você disse dela explicar coisas como se fôssemos retardadas, também percebi isso lol
Beijos,
Thanny in Wonderland
http://whosthanny.blogspot.com/

♥ Danny ♥ disse...

Eu gostei muito do livro, terminei de ler no final de 2010, li em poucas horas e também me decepcionei com o final, mas isso só me fez ficar ainda mais ansiosa para o próximo livro, no qual eu espero que a história dê uma reviravolta.
A série vai ter mais de três livros, a capa do quarto livro já foi até divulgada nos Estados Unidos, espero que o segundo seja lançado o mais rápido possível no Brasil.

Vicky-não-sei-das-quantas disse...

Eu li esse livro há um bom tempo, e nunca parei pra pensar nesses errinhos (agora eu nem me lembro direito dos detalhes rs).

Ah, como você tocou em casal favorito, eu me pergunto se vc já leu Vampire Academy. A Rose e o Dimka são PERFEITOS! Não existe outro casal favorito depois deles (ou livro, ou personagens... rs).

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