[resenha] Meu Nome é Will: Sexo, Drogas e Shakespeare

Interessante o que uma grande pesquisa não faz, hein?

Quando entramos na universidade, ficamos logo conscientes de uma coisa: no começo é moleza, logo chegará a monografia... Que é um sofrimento completo - eu mesma já estou sofrendo pra conseguir os livros pra minha -, agora imagine como será deve ser louco fazer sua tese de pós-graduação.




Agora imagine tudo isso misturado com a década de 80 num Estados Unidos com uma população revoltada e no meio de eleições presidenciais. É neste cenário que conhecemos William Shakespeare Greenberg, conhecido como Will ou Willy. Como se isso não fosse o suficiente, o jovem rapaz da casa dos 20, resolve desvendar seu xará famoso e de séculos atrás, o outro William Shakespeare, Will ou William, usando-o para sua tese.

Jovem, inconseqüente, completamente duro e no mundo do sexo, drogas e Shakespeare - alusão à famosa frase "sexo, drogas e rock'n'roll" -, o leitor viaja junto com Willy nas suas aventuras, assim como viaja com o outro Will, e descobrimos que ambos partilham de outras coincidências além do nome. Jess Winfield trás esse personagem enrolado e problemático de uma forma quase caricaturada. Há momentos que cheguei a pensar que o Willy fosse o próprio autor - claro, nós leitores temos tendência a fazer isso -, mas alguns fatos da vida do Willy não pareciam terem sido simples inventados.

Jess Winfield com sua caveirinha da sessão "ser ou não ser".

E os fatos sobre a vida do Shakespeare famoso são tão tenebrosamente detalhados que você - amante de Shakespeare como eu - fica com um pé atrás quando lê o livro. Claro, é pura ficção, mas uma pessoa como eu que fui bombardeada por tudo sobre Shakespeare assim que entrei na universidade, foi um pouco dolorido terminar o livro. É de grande entretenimento o livro como um todo.

Ele é dividido em capítulos para um Shakespeare depois para o outro, e no começo de cada capítulo destinado ao Shakespeare famoso temos fatos da vida dele narrados, algo com se fosse uma pesquisa de pós-graduação mesmo, enquanto que nos capítulos destinados ao Shakespeare ficcional, começam com citações do outro Shakespeare.

Capa original

Capa brasileira.

Eu ri muito dentro dos ônibus daqui enquanto lia esse livro. A capa brasileira é atrativa pelo seu slogan - Sexo, Drogas e Shakespeare - e não pela arte em si, já que só temos o rosto do suposto Shakespeare famoso. Foi interessante ler esse livro porque, como creio que todos saibam, há pesquisas que apontam vários lados do Shakespeare famoso: ou ele era uma mulher e usava o nome de pseudônimo, já que naquela época William Shakespeare era um nome comum como João da Silva pra gente; outras fontes dizem que Shakespeare na verdade foi um grupo de artistas locais que assinavam como um só; e outras fontes ainda citam que Shakespeare existiu, mas era analfabeto e que um Conde usava o nome dele para criticar sua própria classe e sociedade.

O fato é, Shakespeare se tornou tão grandioso que suas obras até hoje são readaptadas de todas as formas possíveis - vide filmes como Macbeth com Sam Worthington entre outros filmes -, para todas as mídias de entretenimento possíveis, assim como sendo usado por meninos inconseqüentes e 'sem futuro' como o Will ficcional do livro Meu Nome é Will.

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Nome original: My Name is Will - A Novel of Sex, Drugs and Shakespeare

Autor: Jess Winfield

Editora: Prumo (no Brasil).
Número de páginas: 351
Tradutor: Marisa Rocha Motta

Onde comprar (online): Saraiva, Siciliano, Submarino

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Eu comprei o meu Online pela Submarino e foi muito tranquilo. =DD